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(DES)GOVERNADOS

  • policiasdadoxa
  • 18 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Por Gonçalo Rodeia Gomes


Nos últimos dias fomos apanhados de “surpresa” com a situação que se viveu em Odemira. A surpresa é aparente, pois a sociedade portuguesa e o Governo conheciam o drama dos trabalhadores imigrantes, mas escolheram ignorá-lo.


Exigia-se uma resposta forte em termos políticos. A verdade é que, mais uma vez, Eduardo Cabrita demonstrou a sua fragilidade enquanto Ministro. O Ministro que assumiu a pasta em 2017, já estava condicionado quando tomou posse: o ministério estava em descrédito, após os acontecimentos de 2017, em Pedrogão Grande. Quatro anos depois, o Ministério da Administração Interna está pior do que estava há 4 anos.


O Ministro Eduardo Cabrita já demonstrou que não tem condições políticas para continuar no cargo. Muitas polémicas depois, António Costa continua a manter a confiança política neste ministro. Será que o povo ainda confia em Eduardo Cabrita? Parece-me que o povo já “demitiu” Eduardo Cabrita. Depois do problema com a aquisição das golas para os bombeiros, da polémica com o SEF e a extinção desta polícia de fronteiras, a situação do ZMAR é o culminar dos “casos” que têm Eduardo Cabrita como protagonista.


A situação dos imigrantes pobres, que trabalham para pagar às redes de imigração que os trouxeram para Portugal e para pagar o alojamento em condições desumanas, em Odemira, numa aldeia de contentores, cuja instalação foi autorizada por Resolução do Conselho de Ministros, parece não incomodar este Ministro, que apenas é forte com os fracos, nem a Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, sua colega de Governo. A pergunta que coloco é esta: será que esta Secretária de Estado realmente existe ou é apenas um cargo no papel? Onde esteve a Secretária de Estado, Cláudia Pereira, durante esta situação?


Não é apenas Eduardo Cabrita que parece já se ter demitido das funções. Francisca Van Dunem, Ministra da Justiça, também esteve envolvida na polémica escolha do Procurador Europeu, José Guerra. A Ministra mentiu sobre o currículo do Procurador, com o aval do Primeiro Ministro e não foi responsabilizada politicamente.


João Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Transição Energética, também está envolvido num alegado esquema de corrupção e favorecimento na venda de barragens aos franceses da Engie. Em causa, está o não pagamento de impostos devidos aquando da realização deste negócio através da criação duma empresa fictícia.


Ainda na área do ambiente, inevitavelmente, teremos que falar do Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba que, esta semana, na sua conta pessoal do twitter classificou o programa da RTP1, Linha da Frente, como “estrume” e “coisa asquerosa”. Parece-me que João Galamba se esqueceu que era Secretário de Estado e vestiu a pele de comentador político. Independentemente do cargo que desempenhe, a forma como se referiu a um programa de informação é inaceitável.


Perante o desnorte deste Governo, exigia-se ao Primeiro-Ministro outra atitude a firmeza política, que hesita em mostrar. Aos poucos, as polémicas minam a credibilidade deste Governo.


Se as eleições fossem hoje, os portugueses dariam um cartão vermelho ao Governo de António Costa ou seriam complacentes com a sua conduta? Não estou certo de que os portugueses partilhem do seu entusiasmo sobre os “excelentes” – adjectivo de António Costa – Ministros do Governo.



Gonçalo Rodeia Gomes




 
 
 

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