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A massiva dança Sevilhana da falta de noção

  • policiasdadoxa
  • 25 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

Por Agente Cogito


Caros leitores, com este pequeno texto que terá um estilo bastante diferente daquele que costumo adotar, quero alertar para terem todo o cuidado nesta época balnear que se avizinha. Tenham atenção às distâncias de segurança entre as toalhas e mais atenção às máscaras. Não se esqueçam de as tirar quando iniciarem a missão bronzeamento, sob pena de correrem o risco de ficarem com uma grande marca não bronzeada na cara. Ninguém gosta de bronzes irregulares.


Se forem de Lisboa, tenham atenção aos fins-de-semana, poderão ser multados se houver uma operação Stop à saída da área metropolitana e tiverem o azar de não ter uma justificação plausível e razoável segundo as suas interpretações. Se algum dos vossos amigos não vos convidar para o casamento dele, ou para o batizado da filha, não levem a mal, ele simplesmente não pode ter mais que aquele número limite de pessoas no seu evento. Quem diria que iria poupar tanto em convites para aquela que é a cerimónia mais importante da sua vida.


Se, em Lisboa, estiverem às 22h32 na rua ou a acabar um fino numa esplanada, tenham atenção e chamem o uber para casa. Finos há muitos, Saúde Pública há só uma, caros amigos.


Não podemos facilitar, estamos a atravessar uma fase ainda delicada da pandemia e o número de casos positivos tem vindo a aumentar. Há quem fale de um geral recuo do desconfinamento. Muita atenção e cuidado.


Mas atenção, como não há regra sem exceção e sendo a exceção a enteada da regra, há algumas situações que se aceita piscar o olho e acabar o fino.


Se tiverem uma camisola da Seleção vestida e um bilhete no bolso (ou não) têm direito a deslocar-se de forma massiva a Sevilha, no próximo domingo. A sério, têm mesmo, aliás, devem fazê-lo e de forma aguerrida. Quem o garantiu foi Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República Portuguesa, nas suas declarações após o jogo.


Bem sei que estas declarações agora vão ser tratadas com pinças e com muita doçura por parte das altas figuras, como o Presidente da República ou membros do Governo, mas ainda bem que eu posso falar à vontade e sem ter de agradar a ninguém.


A única desculpa que arranjo para as suas declarações está centrada apenas na possibilidade de Eduardo Ferro Rodrigues ainda estar muito emotivo e eufórico no final do jogo, ao estilo de um jovem que pede uma desconhecida em namoro depois de beber uma boa quantidade de finos, até às 22h30, como é óbvio, não vamos ser malandrecos.


Veja-se que noutros países, como na Alemanha, os apelos vão exatamente no sentido contrário, apelam aos adeptos que não se desloquem, que tentem não ir ver o jogo em Londres, por exemplo, mesmo aqueles tenham assegurados todos os pressupostos da Covid.


Mais, Sevilha e o sul de Espanha apresentam um dos piores dados da Península Ibérica, têm dos maiores registos diários de casos positivos da Covid19. E não é que Ferro Rodrigues, a segunda maior figura do nosso Estado, apelou, com um sorriso amistoso, o seguinte: “Espero que os portugueses se desloquem de forma massiva para o sul de Espanha e que possam apoiar uma grande vitória de Portugal nos oitavos de final”.


Olhem, olhem, estes malandrecos a quererem reabrir o comércio, ir para a praia sem máscara, ir visitar a família fora da área metropolitana de Lisboa, a quererem estar num café depois das 22h30 ou 01h00, a quererem acabar o fino na esplanada depois da hora, a quererem ir ao casamento do amigo e a quererem ir fazer um jantar com mais pessoas que o limite…. Ai, ai, ai, o que vem a ser isto!


Bem sei que o vírus é “Chinês” e que a China não está no Europeu, mas há mínimos. Não falo dos mínimos dos carros, isso são luzes. Falo sim dos mínimos das luzes da noção.


Agente Cogito



 
 
 

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