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A direita para lá da parede

  • policiasdadoxa
  • 20 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

Por Tiago Rodrigues (convidado)


Num mundo globalizado os acontecimentos interrelacionam-se, fazendo com que, em praticamente todo o globo, existam fenómenos semelhantes. Na Europa, em específico, os movimentos da extrema direita têm vindo a crescer e a ganhar força nos Estado Membros da UE.


Desde a sua fundação que vai existindo uma certa homogeneidade política neste espaço, alternando o poder apenas entre os partidos do chamado “Arco de Governação”. Portugal, apesar de seguir a mesma lógica, teve e tem algumas exceções, como por exemplo o Partido Comunista Português, que não tem expressão política em praticamente mais país nenhum da União.


A Direita Portuguesa, até há pouco tempo representada pelo PSD e pelo CDS, definia-se pelo humanismo, pelo elevador social e pela meritocracia. Hoje, temos dois novos jogadores nesta ala política, mas só nos interessa mencionar um: o CHEGA.


Francisco Rodrigues dos Santos, atual presidente do CDS-PP, afirmou que “À Direita do CDS devia existir uma parede”. Pois bem, essa mesma parede, antes existente, foi derrubada pelo comboio populista que chegou com atraso a Portugal, tendo anteriormente feito paragens na Hungria, Áustria, Polónia, Itália, França, Espanha e ainda com rota para os restantes Estados Membros.


A dissidência de militantes das alas menos moderadas do CDS e do PSD permitiram que, hoje, o CHEGA tenha uma base de apoio, ancorada no descontentamento do prévio panorama partidário Português. O problema dos “CHEGAS” são vários, mas um dos que mais carece de atenção (além do autoritarismo evidente) é a sua colocação à Direita, como se cumprissem com os critérios necessários para se assumirem como tal.


Os movimentos populistas, nos quais se inserem o CHEGA e também o Bloco de Esquerda, são movimentos reacionários que não têm uma carta ideológica que os guie moralmente, ou seja, são partidos imprevisíveis e do discurso fácil. Estes movimentos não são novidade no mundo, já os vimos ganhar vida com Donald Trump e com Jair Bolsonaro, vimos como descartaram o institucionalismo, como menosprezaram a diplomacia e como dividiram a sociedades. O crescimento destes movimentos da “Direita para lá do muro” deve-se muito, ironicamente, à tentativa de censura que a esquerda tenta impor à direita.


A Direita Portuguesa passou a estar órfã e a ser aquilo que a esquerda queria que a direita fosse: refém do “politicamente correto”. A voz que se insurge contra o “sistema” não passa de um grupo da sociedade que pretende divisão em vez de união, que pretende a força em vez do diálogo e que oferece um projeto sectarizante.


Só nos resta esperar, mas nunca esquecendo “Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.” (Lincoln).


Os movimentos de extrema Direita nascem, ganham força e morrem, porque no fim de contas o mundo prefere paz à guerra e a Democracia a qualquer outro regime.


Que a sensatez volte e que as modas passem.


Tiago Rodrigues




 
 
 

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